domingo, 14 de dezembro de 2008

14/08/08 às 23:45

Numa tarde esculpida de fragmentos intactos, minha alma vaga por entre um êxtase de solidão e liberdade. Hoje, liberto minha esperança para reinar num novo horizonte, e que dele, seja levantado uma grande fortaleza, que me proteja desses conceitos mundanos, dessas duvidas infantis, e desses medos dispensáveis, guardados dentro do meu guarda-roupas.

É como se tudo fosse um longínquo sonho. Daqueles, em que agente se vê preso em conceitos desconexos, criando miragens de um “nós dois”, completamente turvado. É a sombra de um domingo solitário, sem vodka e sem amores, regado a musica ruim e inutilidades fracionadas.
Enquanto eu tento me concentrar, eu me lembro de que o mundo nada mais é, do que uma grande porta de entrada e saída; Um Bem Vindo e um Adeus constante, entre “ires e vires” completamente destinados. Coisa louca, mundo nosso.

Talvez amanhã, eu me pegue olhando uma praia mansa, um sol quente sob uma brisa de verão. Mas no hoje, esse cinza denso com cheiro de asfalto e gosto de poluição, permite que meus olhos vejam só por um ângulo urbano: É mais um desastre, um desamor das cidades sem vida.

Nesse meio, que tudo retorne ao normal. Que amanhã, possa eu me preocupar com as dores alheias, sofrendo pelo sofrimento do outro. Que eu possa ser de novo, espectador nato, passivamente seguro de minha opinião, da crítica formulada e do conceito reerguido.

É isso. Que a vida volte a ser vida, e que eu realmente não saiba o que querer da minha própria existência. Não há mal algum, em ser confuso:

O mal, é ser sempre a mesma constância dos dias sem fim.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Dia 11/12/08 às 22:52

Na noite de hoje, tudo parecia ser tranquila e dolorosamente, normal. Apreciei um bom banho, acompanhado das incertezas nuas sobre a função do eu e você, da tarefa de construir bem mais do que um castelinho de areia no meio de um deserto sem fim.
Na televisão, as desgraças iminentes, as chuvas e secas demasiadas, transformam minha sala num contraste de opções, gestos e indignações voláteis. São dores iguais, nos quatro cantos do mundo. É a dor da impotência, da ausência de esperança e perseverança. Não é fácil para ninguém...Nem olhar a tudo isso se torna fácil, embora quente em meu mundo sem mazelas.
Um ou outro aproveitador, faz da desgraça alheia o palco pro seu triunfo. Uma outra parte, finge que se importa colocando rostinhos afro-descendentes em seu álbuns do “Orkut”, fingindo que não consegue dormir de noite. Tudo besteira, porque nem precisa chegar o amanhã: Esse nosso hoje, é cheio de hipocrisia, falsidade, frieza e indiferença.
É um horror, pensar que nesse momento existe alguém morrendo no oriente médio, em uma guerra virtualmente capitalista?

É...

Mais é pior, saber que na rua de trás, alguém passa fome e frio, e nós estamos aqui, lendo (escrevendo) num blog, ao invés de acolher.

Agora, eu vou dormir com a consciência lavada, de mais um, igual a você, que não mudou em nada essa situação.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Dia 09/12/08 às 23:03

Quando toda musica perde o som e o calor da vibração dos acordes vívidos de nossas sinfonias discretas, perco totalmente o rumo de nossas vidas tão ímpares, simplistas e heterogêneas. E por diversas vezes, onde o vento não nos alcança, meus temores voam em brisas cíclicas, tão fundamentalmente originadas sob a desvirtude dos dias preto-e-brancos, com nuvens molhadas de cansaço e apatia.
Na tarde de hoje, eu fiz novamente todo aquele tortuoso caminho de volta pra casa. Passei na padaria, como de praxe, comprei aquele pão requentado e cotidianamente exposto a minha própria espera; Sorri mais pra não chorar, pra mesma atendente de olhos cansados e de aura turvada, que me atendia sem o menor propósito de ser...
Hoje eu percebi, que aprendi sem o tempo, muito mais com a alma das pessoas. As quais, sem verbo algum à pronunciar, são extremamente mortais em seus universos distintos e singulares, tão intactos e indiferentes ao respirar do outro. Talvez, seja dor amplificada, carinho desabado, tortura em vida calma.
O que sei, é que nem se vivesse mil invernos eu conseguiria distinguir, toda pergunta e toda respostas que parte indispostamente dos estados de existência de um tal de humano, ser. É como querer mergulhar bem fundo, sem saber nadar.
Um só fôlego me deixa as marcas de solidão, num simples pão qualquer.