sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

23/01/09 11:20

E ponto, final.

Quando agente aprende a olhar o passado com carinho e gratidão, aprendemos a perdoar de verdade. Principalmente, quando você aprende a olhar pra você como alguém importante pra si mesmo, como o essencial da sua vida.
Quando você aprende a se amar por completo, tudo fica mais claro.

Agora eu já posso me dar ao prazer de escrever sobre as dores e amores alheios, porque já não sou refém dos meus instintos defensivos, sou mais um senhor de mim mesmo, alguém que sabe o que quer e onde chegar. O resto é ponto, e estou pronto, pro que der e vier.

E hoje, é a ultima vez que vou contar sobre minhas descobertas intimas e minhas vitórias pessoais. Não há experiência compartilhada que tome nossos erros pra si, então, em tom de desabafo, eu me despeço dos versos que retratam meus últimos e primeiros dias.

Eu aprendi que a solidão não é solitária: É um momento de comunhão entre você e sua alma. Momento de refletir, de se conhecer, de sorrir e compartilhar consigo mesmo, tudo aquilo que você tem medo de vir a tona.

Aprendi que o medo não é afinal tão ruim: É o freio dos impulsos impensados, a luz da razão, da centralização de suas atitudes naquilo que você é – Porque, afinal, eu nunca aprendi a não ser impulsivo.

Que as coisas mudam numa velocidade incrível. Os amores, amigos e inimigos vêm e vão, num ir e vir desordenado, desconexo e simples. Que é a vida, tecendo sua existência em torno de nós, com ar de desdém aos sentimentos que nos parecem tão grandiosos- Porque pra vida afinal, as coisas fazem tanto mais, quanto menos, sentido, do que pra nós.

Mas depois desse balanço anual de contas, eu me sinto apaixonadamente feliz.
Grato por tudo ter sido tão trágico, tão intenso e tão arrebatador.
Radiante por não guardar nada, senão minhas roupas e meus cadernos, e meus amigos, de um ano indefinível.
E mais,
Feliz demais, por ter começado 2009 de forma tão esplendorosa.

Renascer.
Renovação da vida, aprendizagem contínua.
Lições que agente vai acumulando até desaparecer.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Felicidades Alheias e Intimamente Minhas

Ao meu amor por Fabricia,

E pela felicidade amorosa da Pati.

Por muito tempo aprendi que felicidade era auto-realização.
Ignorar o outro, era praxe.
Ai, fui acometido de infelicidade, e descobri que pensar no outro era solução.
E então, desacreditei de tudo. Porque ninguém pensa em você.

Só que ai, me mostraram que de novo eu estava errado.
Que o outro não é você, mas é grande parte da sua existência.
No estar altruísta, encontrar a felicidade é tudo.

Nas coisas simples: Nos abraços dos amores, e nos sorrisos dos amigos.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Nós

[Eu me encontro em Você]

Meus pés me levam vagando por incertezas súbitas.
É o medo de não ter porto para desembarcar meus anseios.
É a tensão, de não ter um vagão para prender minha bagagem, minha sina.
Se é você, me diz porque, se estamos então, tão longe de tudo aquilo,
E tão perto de tudo isso, tão distantes,
Tão ímpares,
Tão perfeitamente acentuados.
Um ao outro.

É a falta de você,
Aquelas horas que não passam e o dia que se vai,
A memória do seu gosto, dos teus olhos e da tua boca,
Do teu jeito único de me fazer sentir-se especial,
Sentir-se incondicionalmente extasiado,
Apaixonado, enlouquecido, distorcido,
É desse eu que eu não conheço,
E desse você que eu bem-quero,
Pra mim e por mim,
Pra sempre e no entanto, agora.

Agora, largar tudo, correr pro infinito,
Te prender na minha cama, te dizer besteira,
Ver seu corpo se contorcer, tua pele se ruborizar,
Teu sorriso se abrir, teu coração palpitar,
Sentir você.
Sentir que somos um.
Eu quero ter palavras mais,
Discretas e indiscretas e só: Singulares.
Eu quero você, porque você é parte intensa de mim.

Dia vai, vai rápido e parte logo,
Que chegue o pôr do sol, e a incerteza lúcida da tua paixão,
Que eu possa me desprender dos laços desse cotidiano,
E viver com você aquele sonho, “clichê”, simples e belo:
-Porque é você.

Num amor simples e puro,
Daqueles que não se aprende, mas já vem
A-p-a-i-x-o-n-a-d-o,
E já que nossos cacos já foram aparados,
As luzes trocadas, os lençóis lavados,
Os rostos marcados e as almas vividas,
O que nos resta senão sermos felizes?

Se já vivemos erros demais,
Que tal vivermos infelicidades de menos?
[Pro dia nascer, feliz]

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

06/01/09 13:33

Serotonina....?


E agora, que todo esse silêncio sentimental desaba por entre um sofá velho e surrado, meu humor variado se dilacera ao som do vento cortante na janela da sala. De olhos semi-cerrados, minha ultima lembrança de vida, uma fagulha de certeza, de ironia...Ironia!
Não me seduz estes olhos tão pouco fulminantes, do verbo "ficar". Eu fico, companhia, eu fico. Sozinho ou não, só.
.
..
...
Altas horas.

Já que de tormentos vive meu lamento infantil, choro com a chuva. É coro de lamento a anestesiar meus anseios. É raiva momentânea de mim mesmo, e dessa fraqueza aguada e espontânea.
É assim que eu sei ser. Diferente disso, seria não eu, mas você ou outro alguém. Se não fosse tão intenso, tão apaixonante e tão avassalador, não seria o alguem do eu: Entende?

O drama que convence no cinema, respinga sobre um lençol não mais imaculado. Não, meu bem. O choro é de repulsa, pelo cárcere privado de minh'alma, é de dor singular e flagelo sustentado por meus próprios heróis de tinta e papel: Verbos. Crases. Adjetivos. Poupe-me de suas sustentações gramaticais.

Só enquanto tu respiras; Priva-me dos rumores mórbidos de sua passagem nômade, pois agora, vacinado contra tua presença, blindado contra teu carisma, eu fecho a porta, pra dizer por entre a madeira e o aço, Adeus. Adeus, por entre o mundo que me faz estar longe da influência do teu sorriso frio e insustentável.

.
..
...
Nasce um novo dia.

A influência do prozac nas veias pálidas, me delata ao mundo "normal".
Já não sou mais o mesmo?
Eu nunca fui!
O mesmo, é sempre, pior do que a propria morte. É pior até mesmo do que não existir.

E por falar em existência,
Entregar-se, pra mais uma tarde de sorrisos amarelos.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

05/01/09 16:35

[Acredite em você]

Nenhum estrago é tão avassalador que não possa ser recuperado, nem dor nenhuma é tão grandiosa que não possa ser absorvida, ainda que leve tempo.Tempo, a perfeita sintonia da criação, do criador e da criatura.
Ai, calma, paciência, serenidade, disposição...

E então, aprendizado.Nenhum ser, humano ou não, transpassa a nobre e tênue linha da vida sem evoluir, aprender e ensinar; É o conceito natural da existência, da morte e da disposição do universo.
A Água aprende que sua natureza é estática, porém dinâmica; O Fogo aprende que sua natureza é dinâmica, porém estática. O fluxo da vida é isso: Uma constante mutável, em sua própria graciosidade e funcionalidade de existir.

E como, por consequência, somos assim:
Eternamente mutaveis, graças a Deus.
Flexivelmente humanos, postos e dispostos, com objetivos muitas vezes nublados, mas límpidos ao destino que nos envolve.

Impreterivelmente incompletos, buscando na imperfeição genética, a perfeição humana que é imperfeita, mas grandiosa aos olhos dos nobres de coração.

Tempo.
Paciência.
Disposição.


Fé.