terça-feira, 6 de janeiro de 2009

06/01/09 13:33

Serotonina....?


E agora, que todo esse silêncio sentimental desaba por entre um sofá velho e surrado, meu humor variado se dilacera ao som do vento cortante na janela da sala. De olhos semi-cerrados, minha ultima lembrança de vida, uma fagulha de certeza, de ironia...Ironia!
Não me seduz estes olhos tão pouco fulminantes, do verbo "ficar". Eu fico, companhia, eu fico. Sozinho ou não, só.
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Altas horas.

Já que de tormentos vive meu lamento infantil, choro com a chuva. É coro de lamento a anestesiar meus anseios. É raiva momentânea de mim mesmo, e dessa fraqueza aguada e espontânea.
É assim que eu sei ser. Diferente disso, seria não eu, mas você ou outro alguém. Se não fosse tão intenso, tão apaixonante e tão avassalador, não seria o alguem do eu: Entende?

O drama que convence no cinema, respinga sobre um lençol não mais imaculado. Não, meu bem. O choro é de repulsa, pelo cárcere privado de minh'alma, é de dor singular e flagelo sustentado por meus próprios heróis de tinta e papel: Verbos. Crases. Adjetivos. Poupe-me de suas sustentações gramaticais.

Só enquanto tu respiras; Priva-me dos rumores mórbidos de sua passagem nômade, pois agora, vacinado contra tua presença, blindado contra teu carisma, eu fecho a porta, pra dizer por entre a madeira e o aço, Adeus. Adeus, por entre o mundo que me faz estar longe da influência do teu sorriso frio e insustentável.

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Nasce um novo dia.

A influência do prozac nas veias pálidas, me delata ao mundo "normal".
Já não sou mais o mesmo?
Eu nunca fui!
O mesmo, é sempre, pior do que a propria morte. É pior até mesmo do que não existir.

E por falar em existência,
Entregar-se, pra mais uma tarde de sorrisos amarelos.

4 comentários:

Iasminne Fortes disse...

Adorei texto! Bem descrito, o que me fez imaginar a cenas... adoro quando posso remeter palavras à cenas.

beijos e obrigada pelo seu comentário.
;*

Anônimo disse...

Extremamente profundo.

Faz com q a gnt queira pensar mais na perfeita poesia reflexiva escrita.


Parabéns!


Beijinhoos ;*

Anônimo disse...

A saída é esta, não é? O nascimento de novos dias; e com ele o 'nós' da gente cada vez de uma maneira diferente.

Gosto de dias novos, e o que se renova na gente sempre. Se vc, Murilo, nunca é o mesmo... que lindo! Vc só consegue ser coisa boa nessa variedade toda.

Meu beijo pra vc, querido!
2009 bem lindo tbm!

Mafê Probst disse...

Que delícia de blog!